segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Brunch no Mosteiro em São Paulo. É um pecado!




 Imperdível!!

Esta foi a palavra que a minha amiga  descreveu o brunch que ela foi domingo no Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo.  Durante o banquete, os convidados podem adquirir ou apenas apreciar obras de arte sacra expostas no salão — entre elas,  esculturas barrocas do século XVII. O brunch tem início às 12 horas, após a missa das 10, onde os monges beneditinos entoam cânticos gregorianos acompanhados pelo órgão da basílica. A cerimônia acontece na igreja do mosteiro, chamada Nossa Senhora da Assunção, embora muitos se refiram erroneamente a ela como Igreja de São Bento.
 
Praticar o pecado da gula no mosteiro tem um preço: R$ 99 por pessoa, incluídos comida, bebida (que vai de cafés a espumantes) .  
Apenas 120 pessoas podem participar da comilança, das 11h às 13h. Os ingressos começam a ser vendidos às 12h de sábado, no mosteiro.

Se quiser ir, compre com antecedência. Minha amiga comprou vinte dias antes e estavam quse esgotados.

A ordem dos beneditinos, estabeleceu-se em São Paulo em 1598, quando só havia jesuítas e carmelitas, no mesmo lugar onde permanece. Da construção original, porém, não sobrou nada, já que após décadas de abandono foi preciso realizar uma série de reformas. No fim do século XIX, após o imperador dom Pedro II proibir que ordens eclesiásticas recebessem novos noviços, o mosteiro chegou a ter um único monge residente, e o espaço foi invadido por famílias pobres, deteriorando-se. Beneditinos enviados da Alemanha aportaram na cidade para recuperar as instalações, e o edifício, tal como esta, foi concluído em 1914. Dos tempos remotos, foram preservadas raridades como o exemplar de uma Bíblia de 1496, tesouro da biblioteca a que apenas os monges têm acesso. Pesquisadores e alunos podem consultar o acervo, forte em obras de história, em salas separadas e mediante aprovação dos religiosos.

O brunch é comandado pelo Buffet Lia Tulmann, de Lia e Marcela, e oferece um cardápio tão bom, mas tão bom, que só não dá para chamar de pecado porque um dos monges já se encarrega de fazer uma oração antes de começar a comilança – no mínimo porque ele já sabe que o que virá a seguir será pura tentação, quer ver?



Mesa salgada
Presunto cru em finíssimas fatias com limão siciliano e pastrame laminado com pepinos em conserva; terrine de tomates assados com pesto de manjerona; salmão marinado em dill acompanhado de guacamole , sour cream e broinhas de milho; terrine Manhattan de ovos e ovas de capelin; seleção de queijos; cestarias de pães diversos; terrine de berinjelas, mascarpone e tomates secos; tabule de frutas secas; cestinhas de massa phillo com mesclun de folhas baby, pomelo e erva doce; patê campagne clássico acompanhado de molho bernaise; strudel de queijo e damascos; couscus marroquino de vegetais com especiarias e ratatouille de legumes; torta folhada de bacalhau; quiche integral de espinafres com maçãs assadas, nozes e hortelãs; massa carameli recheada com cream cheese, sauteé de tomates cereja e manjericão (uma massinha em delicado formato de bala, cozida à perfeição); crepes grelhadas de abobrinhas e gengibre e fuzilli fresco ao ragu de ossobuco. Ufa! Não é de pirar? E tudo extremamente fresco e saborosos.


Acredita que ainda pode melhorar? Aguenta que ainda falta a mesa de doces… Compoteiras com baba rum e sagu de vinho e seus acompanhamentos (calda de maracujá e um zabaione); merengata de morangos; mousse de coco e baba de moça; torta Leia de framboesas e chocolate (que deveria ser proibida de ser degustada em um lugar tão santo..rs); mini docinhos foférrimos da pâtisserie do Buffet; mini pudim de Ovomaltine ; frutas frescas da estação; suco de laranja, chá, café e as maiores delícias feitas na padaria dos monges – os bolos Dom Bernardo, Laetare e Santa Escolástica.
Para acompanhar todo esse banquete, espumante gelado, água, refrigerantes e suco de tomate circulam pelo salão. O serviço é impecável e extremamente simpático e a trilha fica por conta do piano ao vivo, que completa a delícia de ambiente que eles conseguiram montar.



Todos os dias, por volta de 4 e meia da tarde, o Mosteiro de São Bento, no centro, é envolto em um aroma doce. O cheiro emana dos quitutes recém-saídos dos fornos da padaria, localizada no andar inferior do edifício, onde os monges preparam seus tradicionais pães, bolos e sobremesas. Suavemente, espalha-se pelo hall, pelas salas de reunião, pelo jardim e pelos corredores do colégio e da faculdade que funcionam no complexo. Aos poucos, adentra também na área mais restrita, a clausura, acessada apenas pelos 42 religiosos que ali vivem. A essência, misto de mel, amêndoas, chocolate, canela, maçã e açúcar mascavo, invade quartos, salas de música e refeitório até, finalmente, começar a subir aos céus.

Não é mesmo IMPERDÍVEL? Eu já estou providenciando minha passagem e ingresso para rezar, comer e viver mais feliz...



Não deixe de passar na lojinha da padaria dos monges para levar pra casa as delícias feitas por lá.