sexta-feira, 9 de setembro de 2011

As 10 taças de vinho






 O vinho, nas últimas décadas teve sua imagem associada à sofisticação, complexidade e reflexão, perdendo um pouco o caráter de bebida alimentar, popular e mística. O deus grego Dionísio, também chamado de Baco, morria à cada colheita: pisando-se as uvas, sacrificava-se o deus. O suco era guardado até o fim do inverno, quando, então, Dionísio renascia em forma de vinho. Morte e renascimento de um deus, simbolizando a ressurreição da natureza e a fertilidade da terra, é um tema religioso antigo, comum a todas as civilizações. Este era, contudo, um caso muito particular, pois o deus era realmente bebido por seus adoradores e, ao penetrar-lhes o corpo efetivamente proporcionava alegria à suas almas.
Dionísio, junto com Apolo, formam a dicotomia mitológica grega dos opostos, emoção e razão. Apolo é um atleta e um cientista. É o belo, puro, equilibrado, sóbrio, defensor da lei e da ordem. Já Dionísio/Baco é passional, tem natureza instintiva, desinibida, entusiástica, criadora e desafiadora. Pouco lembrado é o fato deste não ser apenas o deus do vinho, mas também da fertilidade, da dança, do teatro e da música. O primeiro teatro do mundo foi construído no século IV a.C., na encosta oriental da acrópole de Atenas, Grécia. Comportava 14 mil pessoas, que vinham participar dos ritos dionisíacos da primavera.
Para o filósofo alemão Nietzsche, Dionísio é a própria essência da música. Esta, a mais pura das artes, não tem substância. Suas vibrações são uma sensação física, mas ela é invisível e impalpável. A música não nomeia coisas, como a linguagem verbal faz, atravessa assim barreiras defensivas da consciência e toca em pontos profundos da psique. Por isso é capaz de provocar, dionisiacamente, adesões apaixonadas ou recusas violentas, aparentemente inexplicáveis.
A sabedoria, contudo, está em ser ao mesmo tempo Apolo e Dionísio, numa assemblage adequada a cada momento, dentro da diversidade de cada ser humano. O mesmo vinho que aquece nossos corações, nos embriaga. Os gregos, um povo culto, viam estes fatos com lucidez, como disse Eubulus (355-346 a.C.), administrador de Atenas:

 “As 10 taças de vinho:
Eu preparo três para o moderado, uma para a saúde, que ele sorverá primeiro; a segunda para o amor e o prazer, e a terceira para o sono. Quando essa taça acabar, os convidados sábios irão para casa. A quarta é a menos demorada, mas é a da violência. A quinta é a do tumulto, a sexta a da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona a da ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira”.


MATÉRIA RETIRADA DO BLOG
MARCELO COPELLO
Obrigada.










A chef Roberta Sudbrack recomenda: três livros saborosos

Sou fã da Chef Roberta Sudbrack!
Prática, antenada, sem estrelismo e muuuuito simpática!
 Perfil perfeito para quem trabalha com comida.
 Assisti uma apresentação dela, e durante todo o tempo pensei apenas em como comer é pura felicidade. Em nenhum momento me veio a cabeça as calorias que iriam envenenar minha cabeça... Puro prazer!
Durante a Bienal do Livro que esta acontecendo aqui no Rio de Janeiro, ela fez três indicações.
Dos três, conheço apenas de folhear o, Cozinha de Bistrô. Me pareceu ótimo!
A Sociedade Literária e a Casca de Batatas, já adquiri! Estou ainda no começo, mas, já me identifiquei. Delicioso
 Vou providenciar o terceiro...
Amo ler e cozinhar...



  A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas
De Mary Ann Shafer e Annie Barrows (Editora Rocco): “um dos livros mais gostosos que já li! Sobre cozinha, afeto, encontros, a guerra e as relações humanas em torno da mesa e da literatura”.

 Cozinha de Bistrô
De Patrícia Wells (Ediouro): “um dos melhores livros para quem está começando a se interessar por gastronomia. Receitas simples, descomplicadas, mas absolutamente corretas. Um dos tesouros da minha biblioteca pessoal”.

 O Livro de Cozinha de Alice B. Toklas
De Alice B. Toklas (Companhia das Letras): “um dos meu livros preferidos. Tudo vai acontecendo em torno de uma mesa e dos encontros de intelectuais e artistas da época de ouro em Paris, na casa da escritora Gertrude Stein. Trata-se de uma história de vida contada por sua companheira Alice Toklas através das panelas. Um livro sobre cozinha, arte, encontros, as dificuldades de se cozinhar em tempos de guerra e o amor”.