domingo, 29 de maio de 2011

Vida simples e descomplicada. Cavalgada e pastéis da roça.

Nós que vivemos em grandes centros urbanos, somos surpreendidos com programas simples em lugares que nunca pensamos existir e adoramos. 
Estivemos mais uma vez em Bananal, SP, na fazenda de um amigo, quando surgiu a ideia de fazer uma cavalgada noturna para aguardar o aparecimento da Lua Cheia e comermos uns pastéis no Bar do Douglinhas, um lugar distante e simples onde cavalos e cavalheiros descansariam para depois retomar o caminho de volta.
O local de partida foi no Haras Evolution onde sempre ficamos hospedados.
 Um grupo grande e bastante animado partiu à cavalo ainda com os últimos raios de luz do dia, e, o outro grupo em uma Kombi de aluguel, duas horas depois.

 Noite fechada, celulares sem sinal, cumplicidade entre amigos e despreocupação total ...
 Apenas o sabor da aventura nos embalando.
 Fazia um friozinho gostoso. A lua apareceria cheia as 22 horas. Motivados pelos pastéis e pela companhia dos amigos, seguíamos bastante animados.
Nós, os da Kombi, partimos na escuridão da noite quase duas horas depois dos cavalheiros, levados pelo motorista nativo, por "estradas" de terra precárias, esburacadas, com pedras e castigadas pelas chuvas que não deram trégua durante dias seguidos. 
 Não tínhamos noção de onde estávamos e muito menos onde chegariamos...
 Cruzamos pela estrada completamente escura com os cavalheiros que haviam partido do Haras duas horas atrás. A esta altura formavam grupos separados pelas habilidades e preparo físico. Na escuridão total, apenas o cavalo sabe onde anda. As lanternas que levavam na bagagem, só seriam usadas rapidamente, porque acesas, confundem os cavalos. Ouvimos reclamações, lamentos e vontade de desistir. O cansaço e a falta de preparo pesavam para alguns. Resgatamos um adolescente quase desfalecido pelas dores e cansaço e fomos esperar os demais no Bar do Douglinhas lá, quase no fim do mundo. 

No meio do mato, quase no fim do mundo, encontramos o Bar do Douglinhas.

                                Aguardamos a chegada da comitiva instalados na varanda do Bar,


que fica ao lado do estábulo.

 Outros chegados antes de nós mal conseguiam aguentar de pé...

ou sentados...

Outros ignoraram completamente nossa presença.

                                     O lugar nos surpreendeu com belezas simples e inesperadas

                                              Apesar da rusticidade, tudo a volta era limpo,

                                                                adaptado e organizado.

                                      
                                 Os cavalos apeados ao lado no estábulo, descansavam.

                                                    No bar vende-se de tudo um pouco.
                                                  Conhaque, Martini, cachaça, pimenta, mel ...

                                batidas coloridas e outras bebidas muito apreciadas pelos locais.

Bebidas internacionalmete conhecidas adaptam-se a paisagem local.

                                      Na cozinha um belo fogão a lenha, pronto para iniciar os trabalhos...

                                                    Obaa! Uma oferta barata e convidativa.
                                                      Válida só para o almoço. Peninha...

Mas, onde estão os pastéis ?


                                               A cerveja não deixava a moral cair

 Cansados e esperançosos, assistimos a lua cheia aparecendo para iluminar o caminho do retorno.

                                                  Até que enfim... Chegou o astro principal.

                                          Pastéis sequinhos e crocantes com recheios variados!

                                                         De queijo minas de búfala,

                                                                Mussarela e palmito,

                                  Carne moída; Banana com canela e ... acreditem! Gorgonzola...

                          Foram 91 pastéis fritos na hora e devorados rapidamente sem culpa nenhuma.
                                                                      Felicidade total!!!!
.


Hora de partir..
Quem vai de Kombi?
Os cavalos novamente selados aguardavam seus pares com a lua clareando, para iniciar o caminho de volta.

A Kombi voltou ao Haras com seus ocupantes sem nenhum incoveniente. Já os cavalheiros a cavalo...
Bem ...
Alguns perderam-se procurando um atalho para diminuir o percurso. Outro deixou cair os óculos com seis graus e sem enxergar nada, entrou em desespero e ficou aguardando no frio da madrugada, ser resgatando de carro. Antes de partir amarrou uma camiseta branca em um galho para marcar o local. Duas éguas que estavam sem ferradura e com o casco em sofrimento, foram deixadas na cocheira do Douglinhas e os cavalheiros obrigados a voltar  de carro. O adolescente resgatado na ida, voltou no carro completamente nocauteado. Cavalheiros urbanos...
Os mais experientes e os que possuiam bons cavalos chegaram no tempo previsto, tranquilos. Na manhã seguinte, o grupo voltou ao local mais próximo de carro e depois andando a pé para procurar os óculos. Para alegria de todos, conseguiram achar.
Almoçamos um maravilhoso Bacalhau à Espanhola com vinho e dormimos a tarde inteira.
Valeu o passeio pela simplicidade de desfrutarmos momentos de paz, alegria e muita diversão juntos em um lugar simples mas de uma beleza singular.
Um fim de semana tranquilo e maravilhoso. Como eu já falei aqui antes, gosto demais da vida no campo saudável e sem compromisso.