quinta-feira, 23 de junho de 2011

Viva São João!

 

O dia de São João, é a grande data do Nordestino! Em qualquer cidade, vila ou roça, festeja-se com fartura, alegria e encantamento. É a época onde a saudade dos ausentes aperta mais! Período de chuvas e de roça farta. Transforma-se o milho em iguarias típicas como: Pamomha, canjica, bolos, mingaus, beijus, cuscus e tantas outras que a saudade me impede de lembrar... Assa-se milho na fogueira, dança-se forró e quadrilha, come-se muito, nunca se esquecendo de louvar o santinho da fartutra! O nordestino é grato por tudo que a natureza lhe proporciona e se engana quem pensa que ele é antes de tudo um forte. Ele é um gueerreiro, e o guerreiro tem como príncipio ser generoso! São trezentos e sessenta e cinco dias lutando com a terra. Transformando sua aridez em sobrevivência, sem choro, com os olhos voltados para o céu esperando a chuva chegar... Faz parte da sua natureza lutar pela sobrevivência. Se a chuva cai, a terra é generosa. Pouca água e a paisagem se modifica. A poeira se transforma em verde. Muda tudo. Vem a colheita e é chegada a hora de comemorar. Encher a mesa com fartura. Transformar raizes e frutos em deliciosas iguarias típicas da colheita de junho. Época das procissões, de missas solenes e pagamentos de promessas. Hora de acertos de contas, de recomeço e de partilha. Grandes festividades públicas são realizadas. Famílias trazem de todos os cantos do país pessoas para as reuniões familiares. É chegada a hora de batisar, casar e comemorar... Compartilha-se tudo o que a terra gerou. Compartilha-se amizade, generosidade e alegria. Somam-se amigos em abundância... Soma-se, multiplica-se e divide-se os frutos que a terra gerou. O nordestino esta feliz. Ele esta em paz e em festa!

Saúdo o São João daqui de longe, na terra que me adotou. Ela sabe e entende o que sinto hoje longe das minhas origens. Ela tem o carnaval!

 

Um pouco de cultura...

Junho é o mês de São João, Santo Antônio e São Pedro. Por isso, as festas que acontecem em todo o mês de junho são chamadas de “Festa Joanina”, especialmente em homenagem a São João.
O nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina. Trazida pelos portugueses, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.
A influência brasileira na tradição da festa pode ser percebida na alimentação, quando foram introduzidos o aipim (mandioca), milho, jenipapo, o leite de coco e também nos costumes, como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor-de-crioula. Mas não foi somente a influência brasileira que permaneceu nas comemorações juninas. Os franceses, por exemplo, acrescentaram à quadrilha, passos e marcações inspirados na dança da nobreza européia. Já os fogos de artifício, que tanto embelezam a festa, foram trazidos pelos chineses.

 

São João é o responsável pelo título de “santo festeiro”, por isso, no dia 24 de junho, dia do seu nascimento, as festas são recheadas de muita dança, em especial o forró.

No Nordeste do País, existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido como protetor dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta.
Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha e o manjericão. Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são “para acordar São João”. A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à terra.
As fogueiras dedicadas a esse santo têm forma de uma pirâmide com a base arredondada. O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro, composto por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São João do carneirinho. A bandeira é colocada no topo do mastro.
O responsável pelo mastro, que é chamado de “capitão” deve, juntamente com o “alferes da bandeira”, responsável pela mesma, sair da véspera do dia em direção ao local onde será levantado o mastro. Contra a tradição que a bandeira deve ser colocada por uma criança que lembre as feições do santo. O levantamento é acompanhado pelos devotos e por um padre que realiza as orações e benze o mastro.
Uma outra tradição muito comum é a lavagem do santo, que é feita por seu padrinho, pessoa que está pagando por alguma graça alcançada. A lavagem geralmente é feita à meia-noite da véspera do dia 24 em um rio, riacho, lagoa ou córrego. O padrinho recebe da madrinha a imagem do santo e lava-o com uma cuia, caneca ou concha. Depois da lavagem , o padrinho entrega a imagem à madrinha que a seca com uma toalha de linho.
Durante a lavagem é comum lavar os pés, rosto e mãos dos santos com o intuito de proteção, porém, diz a tradição que se alguma pessoa olhar a imagem de São João refletida na água iluminada pelas velas da procissão, não estará vivo para a procissão do ano seguinte.

A principal dança.
 A quadrilha é dançada em homenagem aos santos juninos ( Santo Antônio, São João e São Pedro ) e para agradecer as boas colheitas na roça. Tal festejo é importante pois o homem do campo é muito religioso, devoto e respeitoso a Deus. Dançar, comemorar e agradecer.Em quase todo o Brasil, a quadrilha é dançada por um número par de casais e a quantidade de participantes da dança é determinada pelo tamanho do espaço que se tem para dançar. A quadrilha é comandada por um marcador, que orienta os casais, usando palavras afrancesadas e portuguesas. Existem diversas marcações para uma quadrilha e, a cada ano, vão surgindo novos comandos, baseados nos acontecimentos nacionais e na criatividade dos grupos e marcadores.

...E viva São João!!!!!!!!!!!!

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